Híbridas marcas nos corpos

PUBLICADO EM 10/07/14 – 16h22                  http://www.ejornais.com.br/jornal_pampulha.html
BÁRBARA FRANÇA
“Híbrido” geralmente se refere àquilo que tem diferentes elementos em sua composição. A palavra está presente tanto no nome da companhia de dança contemporânea de Ipatinga quanto no espetáculo que será apresentado dos dias 17 a 22 (quinta a domingo), na Funarte MG. “Solos Hibridus” é constituído por quatro peças diferentes – “Prumo”, “Submersa”, “V de Tela” e “Re-forma” –, cada uma criada e interpretada por um integrante do grupo.
Mas embora as questões abordadas sejam peculiares em cada solo, há algo que perpassa a todos, mostrando que no híbrido também há unidade. “Cada integrante, com um colaborador, apresentou uma proposta, mas o que liga é o fato de sermos da mesma equipe há anos. Somos os mesmos quatro fundadores, a unidade já está em nossos corpos”, comenta Luciano Botelho, responsável por “Re-Forma”.
O solo, que também poderia ser considerado um duo, apresenta um corpo interagindo com um manequim, em busca da perfeição, aquela midiática, dos padrões estéticos vigentes. Concebido em parceria com o coreógrafo residente em BH, Marco Paulo Rolla, “Re-Forma” é uma espécie de tomada de consciência das marcas provocadas pela passagem do tempo. “Eu tinha acabado de completar 40 anos, o corpo sofrendo transformações… Mais jovens, quando pensávamos nessa idade, imaginávamos alguém mais velho, mas eu não me sentia assim, e no entanto minha consciência também não se sentia mais nova. A peça trata do que fazemos para nos enquadrar em padrões, em por que nos enquadrar, além de trabalhar a identidade”, explica Botelho.
Equilíbrio
O corpo em constante busca por equilíbrio também é interesse de Wenderson Godoi em “Prumo”. Por sua vez, Maria Cloenes, em “Submersa”, interpreta as manifestações da memória de uma infância na beira do rio em seu corpo feminino, enquanto Rosângela Sulidade dança a feminilidade e negritude de um corpo aprisionado em “V de Tela”. Marcelo Evelin, Marcos Nauer e Dudude Hermman foram os coreógrafos colaboradores, respectivamente.
“Solos Hibridus” estreou em 2013 para celebrar os 10 anos do Grupo Hibridus de Dança e volta à capital através do projeto “Ocupação 3.0 – De Lá para Cá”, da Cia. Drástica de Artes Cênicas, em parceria com a UMA Companhia.
Solos Hibridus
Funarte MG (r. Januária, 68, centro). De 17 a 20 de julho. Quinta a sábado, às 20h, e domingo, às 19h. R$ 10 (inteira).